"O grande responsável pela situação de desequilíbrio ambiental que se vive no planeta é o Homem. É o único animal existente à face da Terra capaz de destruir o que a natureza levou milhões de anos a construir"





domingo, 11 de dezembro de 2011

Polygonum maritimum L.


Nome comum: Polígono-marítimo


O Poligonum maritimum é uma espécie botânica que vive exclusivamente nas orlas marítimas, não só nos rochedos e nas areias das dunas mas também nas praias, muitas vezes em locais ao alcance das marés cheias.

É obviamente mais abundante em praias menos frequentadas e com menor pisoteio, por isso tem sido valorizada como espécie indicadora da presença humana e da acumulação de lixos. É uma planta nitrófila, isto é, prefere os solos com alto teor de azoto/nitrogénio, preferindo os locais onde se verifica acumulação de detritos de matéria orgânica.

O Polygonum maritimum é uma espécie europeia mas encontra-se amplamente distribuída por quase todas as regiões costeiras do hemisfério norte. Mais concretamente, podemos encontrá-la no litoral atlântico europeu, região mediterrânica desde a Península Ibérica até ao Mar Negro, Ásia, América do Norte e Macaronésia (Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde).
Em Portugal pode ser encontrada ao longo de todo o litoral.

O Polygonum maritimum é uma planta perene. A raiz é alongada para ir buscar água em profundidade.


Os caules mais velhos estendem-se no solo por cerca de 50 a 80 cm e são algo angulosos e com tendência a lenhificar devido à dissecação; os caules mãos jovens são eretos e vão dos 10 aos 30 cm de altura. A forma prostrada que a planta assume ajuda-a a resistir aos ventos fortes.

As folhas, de cor verde azulado, são lanceoladas e ligeiramente carnudas com cerca de 2,5 cm de comprimento e com as margens enroladas para trás, o que lhe permite evitar o excesso de transpiração e perda de água.

A margem inferior das folhas apresenta nervuras salientes. O aspeto aveludado das folhas é-lhes dado por papilas que são saliências epidérmicas as quais evitam o aquecimento excessivo e a perda de água.

Exemplo de ócrea de uma espécie da mesma família (Polygonum lapathifolium)



As folhas dispõem-se de forma alternada, sem pecíolo ou com o pecíolo muito curto, com a particularidade de o ponto de inserção do caule com cada folha estar envolto por uma membrana transparente e acastanhada na base chamada ócrea.
As pequenas flores são brancas e surgem nas axilas das folhas, solitárias ou em grupos de 2 ou 4, com os seus pedicelos cobertos pela ócrea. 
As flores com órgãos reprodutores femininos e masculinos funcionais, têm  5 pétalas soldadas na base. Os estames são 8.  
O Polygonum maritimum floresce e frutifica desde  fevereiro ou março até ao inicio do inverno. Os frutos são aquénios de forma triangular, de cor castanho-escuro, lisos e lustrosos.

Esta planta pertence à família das Polygonaceae que inclui cerca de 1200 espécies constituídas por ervas, arbustos, algumas árvores e trepadeiras. Distribuem-se um pouco por todos os continentes mas principalmente nas zonas de clima temperado. Muitas são consideradas ervas daninhas do tipo invasor mas várias espécies desta família são cultivadas como plantas ornamentais. A família das Polygonaceae divide-se em cerca de 50 géneros sendo que a planta deste “post” se inclui no género Polygonum, conforme o seu próprio nome indica. A palavra Polygonum deriva do grego e faz referência aos caules de segmentos angulosos separados pelos nós, os quais, envolvidos pela ócrea ficam com aparência inchada; assim poly significa muitos e gonu, joelho, articulação ou ângulo. Estes mesmos vocábulos estão na origem da palavra polígono, usada em geometria (Polígono = uma superfície plana limitada por linhas rectas).

Fotos: Areal sul/Praia da Areia Branca 



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